Segundo classificações oficiais faço parte do geração você sabe, aquele de quem ninguém fala, preso entre a onipresença de boomers e geração do milênio. Outra noite eu estava assistindo a um Reportagem de TV sobre o movimento FIRE (Independência Financeira, Aposentar-se Antecipadamente), que seria característico da Geração Y segundo este programa. Ao ouvir isso, disse a mim mesmo que era um OVNI perdido entre os X, ou que essas histórias geracionais eram falsas.
Certamente, cada faixa etária vivencia acontecimentos comuns em um determinado momento e isso certamente contribui para a construção de um tipo de pensamento semelhante. The X, sempre fomos definidos em oposição aos nossos “predecessores”, com a nossa contracultura (punk, rock alternativo, grunge) e o nosso cinismo. É verdade que, em certos aspectos, face ao pensamento dominante dos boomers, era a única forma de encontrar um lugar. É também verdade que fomos os primeiros a ser confrontados com um mundo de trabalho em pleno questionamento, caracterizado tanto pelo desemprego como pelo advento da Internet.
Ainda consigo me ver em meus primeiros empregos. Com amigos da minha idade, a maioria de nós estava desiludida com os valores transmitidos naquela época: competição, individualismo, carreirismo, clientelismo, favoritismo... Não nos convinha. Não queríamos isso, mas não tivemos escolha senão pegar o que estava lá.
Quando vejo como os millennials são retratados hoje, não me sinto muito diferente deles: pouco leais aos seus empregadores, questionando a autoridade, recusa em colocar o mundo do trabalho em primeiro lugar, favorecendo a qualidade de vida, a liberdade, a autonomia. Compartilho exatamente os mesmos valores.
Penso que este gosto por uma forma de vida diferente, desligada do mundo profissional, existe há muito mais tempo do que gostaríamos de admitir. As empresas simplesmente não queriam ver isso antes e hoje não têm mais escolha, diante das saídas quase simultâneas de membros do seu maior grupo.
Colocar rótulos geracionais nas pessoas é tão estúpido quanto tentar destacar traços comuns dentro de raças ou gêneros.
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Obrigado Jérôme por este artigo e pelo link para este programa, que infelizmente não considero famoso. O retrato dos frugalistas ali apresentado é muito sumário e caricaturado. O foco está no lado obcecado por gastos (por exemplo, o cara que recomenda comer repolho).
A mensagem principal da busca pela independência financeira (sair da corrida desenfreada, voltar a ser dono do seu tempo, poder se concentrar em projetos pessoais essenciais, etc.) é pouco abordada. Na minha opinião, este tipo de reportagem apenas faz com que o movimento FIRE pareça um pão-duro.
Também adoro o “economista” do final do programa que vomita sobre o lado imprevisível da bolsa. Este teórico fala apenas da evolução dos preços das ações. Será que ele nunca ouviu falar do topo da sua torre de marfim da diversificação? renda passiva? dessas empresas que aumentaram seus dividendos há mais de 50 anos?
É verdade que o nosso sistema de reformas é muito mais previsível: com ele, pelo menos temos a certeza de que iremos contra o muro e receberemos pensões cada vez mais baixas, tudo isto com um número crescente de pessoas que se reformam tardiamente.
Prefiro a incerteza da bolsa à certeza deste naufrágio planeado!
Ah ah ferot, hahaha, pensei exatamente a mesma coisa! Na verdade, temos mais controlo sobre os nossos investimentos do que aqueles feitos pelos nossos lamentáveis fundos de pensões, com um retorno anual de 1%! Ele também diz que devemos correr riscos para garantir o retorno do 4%. Bem, obviamente... Nem pensamos em colocar nossos ativos em uma conta poupança Raiffeisen. O outro risco do qual não falamos é o dos funcionários que perdem o emprego depois dos 50 anos, enquanto estaremos aposentados...
Dito isto, não me considero um frugalista, pelo menos não um daqueles que comem repolho. Sou epicurista, adoro comer, beber, viajar, enfim todos os prazeres da vida. É por isso que não gosto de trabalho, é tempo perdido nesses bons momentos. Portanto, nunca me darei ao trabalho de contar centavos, usar cupons e outras práticas extremas que alguns dos seguidores do movimento FIRE adotam. Economizo pouco, apenas o suficiente para investir e foco principalmente na rentabilidade dos meus investimentos. O que importa é isso, não a quantidade de camisas no armário!!! 🙂
Oi,
Concordo que este geracionismo nada mais é do que uma forma de alguns venderem análises baratas, explicarem coisas que podem não ter experimentado ou simplesmente fingirem ter algo a dizer.
A geração do milênio tem 20 anos e quem nunca teve 20? Na época, eu não tinha atração pelo carreirismo, nem lealdade aos meus empregadores, a única coisa que era mais importante para mim era a vida e poder aproveitá-la, sendo o salário então um meio e não um fim.
A pequena diferença com você é certamente que não sou suíço, mas nasci do outro lado da fronteira, na França, a educação que recebemos (não muito de nossos pais, mas certamente do meio ambiente) certamente existe, mesmo que por algo não ' você não acha?
A gente evolui na vida, e é engraçado, outro dia eu estava conversando com meu pai sobre esses assuntos, e quando ele era jovem... ele tinha mais ou menos o mesmo ponto de vista que eu quando tinha vinte e poucos anos. Tipo, geração Y…meu c… 😉
Por outro lado, o ambiente muda, a tecnologia disponível também, para não falar da sociedade, então sim, as pessoas evoluem, mas penso – em todo o caso, espero – que na grande maioria todos nós trabalhamos para viver, e não o contrário …Alguns têm um pouco mais de sucesso do que outros neste negócio :)
Trabalhar para viver ou viver para trabalhar... É tudo a mesma coisa. Esses dois verbos não têm nada a ver juntos.
O que quer dizer com o facto de a situação ser diferente em França?