Fundado em 1999, o grupo Mobilezone é o primeiro operador independente de telecomunicações na Suíça.
A Mobilezone vende telemóveis e acessórios para a Natels, bem como diversos serviços (incluindo reparação de smartphones e seguros para a Natels). Além do varejo, a empresa também oferece assinaturas telefônicas próprias (TalkTalk).
A empresa também está fortemente presente no comércio online desde a aquisição, em março de 2015, da EinsAmobile na Alemanha, que opera nomeadamente as plataformas Deinhandy e Shop24.
Embora dispendiosa, esta aquisição foi necessária para permitir à empresa expandir-se para além do saturado mercado suíço.
A Mobilezone é uma empresa pequena que atrai pouca atenção de analistas e grandes investidores. Por trás desta discrição, no entanto, esconde-se uma empresa muito bem gerida e inovadora, cujo volume de negócios mais do que triplicou e o lucro líquido quase duplicou nos últimos 3 anos:
A margem de lucro líquido é bastante baixa, o que é típico do setor varejista. A queda significativa da margem nos últimos anos é explicada principalmente pela aquisição da EinsAmobile:
A dívida é elevada e o capital próprio é atualmente negativo após a aquisição da EinsAmobile.
O dividendo é elevado, mas estagnado (inalterado em 0,60 francos desde 2011). Espera-se que o rácio de pagamentos permaneça relativamente baixo (actualmente 53,6%) até que a dívida seja reduzida, antes de regressar aos níveis anteriores (rácio de pagamentos de aproximadamente 90%).
O fraco desempenho do mercado de ações da Mobilezone nos últimos dois anos é difícil de explicar. Em qualquer caso, não pode ser justificado pelo desempenho operacional que acabou mesmo por ser superior às expectativas. Parece que muitos investidores estão preocupados com o nível de endividamento e/ou duvidam das sinergias que deverão resultar da aquisição da EinsAmobile.
A aquisição da EinsAmobile explodiu o volume de negócios da Mobilezone, mas infelizmente teve um efeito diluidor nas margens. A Mobilezone não brilha nem em termos de patrimônio nem de rentabilidade, mas essas fraquezas são compensadas por um forte crescimento.
A ação é atualmente (12,10 francos) uma verdadeira oportunidade para investidores orientados para o valor (o PER de 2018 está estimado em cerca de 10!).
O suculento dividendo (rendimento atual de 5%) ajuda a contrabalançar o principal risco representado por uma dívida significativa.
Acho muito difícil estimar em que direção o preço evoluirá nos próximos 2 a 3 anos. Por outro lado, espero que o dividendo seja mantido pelo menos durante os próximos 3 anos e depois aumente gradualmente a partir de então.
Dadas as perspectivas atraentes de avaliação e crescimento de dividendos, a Mobilezone é claramente uma compra ao preço atual.
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Obrigado Divinde por esta análise muito boa do Mobilezone.
Também gosto bastante desta empresa e já a acompanho há algum tempo.
Entre os pontos muito positivos encontramos o preço, muito atrativo, tanto do ponto de vista dos lucros como do dividendo.
A dívida pode de facto desanimar alguns investidores, mas pessoalmente não é isso que me incomoda, especialmente porque a situação está a melhorar. E então uma empresa endividada é ao mesmo tempo um risco, mas também uma oportunidade, porque se a dívida for usada com sabedoria, você se beneficiará da alavancagem do seu investimento.
O que mais me incomoda são as reservas de liquidez, que não só são bastante baixas, como também apresentam uma tendência decrescente. Como você destacou, a margem também está caindo, o que também acontece com o retorno dos ativos. Acho que estes últimos pontos explicam a queda dos preços nos últimos anos. Esta tendência de descida do preço também não é a ideal… não se apanha uma faca que cai, como diz o ditado :)
Então, sim, o preço é interessante, mas pessoalmente eu ainda esperaria até o próximo ano para ver se os pontos “negros” do ponto de vista fundamental melhoram.
Por outro lado, se você deixar cair a faca ela pode ficar presa no seu pé… 😉
Entendo o que você está dizendo e podemos sim jogar a carta da cautela e esperar para ver a evolução dos fundamentos, correndo o risco de pagar 20 ou 30% a mais naquele momento.
Aqui preferi comprar quando “há sangue nas ruas” e aproveitar o preço deprimido. A Mobilezone gera um fluxo de caixa significativo que deverá permitir o reabastecimento rápido dos cofres.
Sabia comprar ao som dos canhões, mas não quando “há sangue nas ruas” :)
Daqui a 50 anos você será citado em manuais de investidores 😉
Não, não, não é de mim, mas do Barão de Rotschild: “A hora de comprar é quando há sangue nas ruas”. 🙂
E aqui está mais um dia em que não levantei à toa!
Pesquisei no Google para verificar essa citação e vi que minha lembrança era apenas parcialmente precisa.
O Barão Edmond de Rothschild estava na verdade falando de imóveis e não de mercado de ações: “Quando o sangue corre nas ruas, é preciso investir em pedra”.
Parece que foi John Rockefeller (cuja família criou a Standard Oil, que se tornou a Exxon Mobil) quem utilizou esta cotação para o mercado de ações.
E algumas pessoas inteligentes sequestraram a frase do Barão de Rothschild para: “Quando o sangue corre na rua, você tem que investir na lápide” 🙂
Excelente 🙂
Obrigado pelo esclarecimento.