Como diversificar seu portfólio para se proteger dos riscos de mercado? (20/03)

Este post é a parte 3 de 20 da série Diversifique seu portfólio.

Começaremos primeiro analisando a abordagem utilizada por Harry Browne, inventor do famoso Portfólio Permanente, antes de examinar outras estratégias. Sua ideia é que em cada tipo de ciclo econômico existe um tipo de ativo que consegue ter um bom desempenho.

A Carteira Permanente é um pouco como para o mercado de ações o que o pneu de 4 estações é para o carro. Permite obter ganhos em praticamente qualquer situação, o que praticamente significa rentabilidade absoluta e baixa volatilidade.

Segundo H. Browne, cada época económica tem os seus “meios de sobrevivência”:

- crescimento: possuir ações

- a recessão: dinheiro próprio

- inflação: possuir metais preciosos

- deflação: possuir títulos

Browne recomenda colocar 1/4 de seus ativos em cada um desses ativos e reequilibrar quando uma categoria exceder 35% ou cair abaixo de 15%. Ou ainda mais simples: reequilibre uma vez por ano. E isso já é tudo!

A Carteira Permanente deu provas porque em 40 anos só viveu 4 anos negativos. Francamente, para uma abordagem tão simples e barata, é uma façanha.

Assim, obteríamos uma rentabilidade próxima de 10%, praticamente a das ações, com um desvio padrão relativo de apenas 7,5%, ou mais da metade em relação ao mercado. Porém, outros backtests dão retornos mais baixos, variando de 5 a 8%, o que ainda não é tão ruim dada a baixa volatilidade e os poucos anos negativos.

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Para implementar esta estratégia, pode-se seguir rigorosamente os princípios da Carteira Permanente. Esta é certamente a forma mais simples e “preguiçosa” de colocar isso em prática. As regras são claras: 25% em ações, 25% em ouro, 25% em obrigações de longo prazo e 25% em dinheiro (ou em obrigações de muito curto prazo).

Esta alocação é permanente, como indica o nome da carteira. Basta reequilibrar as posições uma vez por ano para que cada tipo de ativo mantenha a mesma proporção. O mais simples é limitar-se a 4 ETFs, 1 por tipo de ativo, e pronto. Isso é gerenciamento ultrapassivo! Veremos mais tarde quais ETFs podem fazer o trabalho e quais podem ser os limites do sistema.

 

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