Investimento e gerações: compreendendo a Geração Silenciosa (1925-1945) e o seu impacto económico

A Geração Silenciosa nasceu entre 1925 e 1945, entre a Grande Depressão e a Segunda Guerra Mundial. De acordo com a Wikipédia,  ela é conhecida por trabalhar duro e não ser exigente, daí seu nome. Os “silenciosos” são descritos como fatalistas, convencionais, possuidores de um senso moral incerto, esperando o pior, mas permanecendo esperançosos. Se há um investidor famoso que representa esta geração é o nosso querido amigo Warren Buffett (1930): trabalhador, convencional e discreto.

Warren é bilionário, mas vive, come, mora, se veste e viaja (exceto por motivos profissionais) como quase todo mundo. Os seus investimentos são confortáveis, ele escolhe algumas empresas muito boas, investe a longo prazo e vence todos os jovens que negociam títulos muito mais especulativos. Ele viu a explosão da bolha da Internet chegando mesmo que todos o chamassem de “já foi”.

Os "silenciosos" mantiveram as rédeas da sociedade durante o próspero período económico que se seguiu às crises petrolíferas da década de 1970, incluindo a chegada em massa do PC, a queda do Muro de Berlim, a primeira Guerra do Golfo e até à revolução da Internet. . Viveram, portanto, uma juventude contaminada pela crise económica e pela guerra, mas o seu lado trabalhador e convencional lançou as bases de uma crescimento relativamente estável entre 1980 e 2000.

Alan Greenspan (1926), presidente do FED até 2006, é também representante da geração silenciosa. Tendo vivido uma juventude marcada pelas consequências do crash de 1929, com a crise bancária e económica que se seguiu, e até à guerra, tornou-se um mestre na arte de dominarinflação e gerenciar crises. Magic Greenspan foi capaz de evitar todos os desastres. Ou quase. Muitos o criticam pela forma como geriu a bolha da Internet que desencadeou, alguns anos mais tarde, a crise subprime. Querendo sem dúvida regular os mercados da melhor forma possível, e para evitar um cenário ao estilo de 1929, praticou de facto uma política particularmente expansiva, com taxas de juro muito baixas, antes de aumentá-las significativamente, sempre com a mesma preocupação de conter a inflação.

Nicolas Hayek (1928-2010) é também um símbolo desta geração silenciosa. Ele sempre disse que queria morrer no trabalho, algo que ele fez no dia 28 de junho de 2010, aos 82 anos! O personagem é, no entanto, menos convencional do que outros da sua geração, já que é o inventor do famoso Swatch que revolucionou o mundo da relojoaria e do Smart, que foi originalmente concebido para ser um carro ecológico e barato.

Embora os “silenciosos” estejam agora reformados (ou falecidos), a sua marca nas nossas sociedades ainda permanece marcada. Na verdade, vivemos sobre os alicerces que eles lançaram, sejam eles bons ou maus, comoUnião Europeia, o euro, e toda infraestrutura em geral. Alguns ainda fazem parte dos conselhos de administração de grandes empresas.

Por outro lado, enquanto reformados, são geralmente bastante discretos, o que corresponde ao seu tipo sociológico, mas também ao facto de muitos deles não receberem pensões extraordinárias. Para além das suas necessidades de cuidados médicos e farmacêuticos, não devemos depender demasiado desta geração para apoiar o crescimento económico actual e futuro.. Por outro lado, as suas qualidades de trabalhadores e de pessoas consensuais e pouco exigentes seriam muito úteis no período de rigor orçamental que vivemos actualmente.

Veremos que a situação é significativamente diferente entre baby boomers.